segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Henry de Montherlant conseguiu, com algum sucesso, fintar os seus biógrafos quanto a muitos aspectos da sua vida pessoal, nomeadamente a sua proveniência social e a sua vida afetivo-sexual. Parece que até a sua data de nascimento alterou de um ano, para assim a conjugar com um acontecimento para ele importante. Considerado um dos grandes escritores do século XX francês, Montherlant foi eleito para a Academia Francesa em 1960 sem sequer tal ter solicitado. A peça La ville dont le prince est un enfant (1951), bem como o texto Les Garçons (1961) baseiam-se na sua expulsão do prestigiado Colégio Sainte-Croix. Relativamente à primeira obra - sobretudo por causa do tema ( o relacionamento entre dois rapazes num colégio religioso e, por sua vez, de ambos com um dos padres) - Montherlant faz acompanhar a publicação do livro de inúmeras opiniões e críticas em forma de Posfácio, mesmo assim, talvez influenciado por uma carta do  então Arcebispo de Paris, onde se louvava a qualidade da obra mas se pedia para que ela não passasse do livro, o escritor proibiu a sua representação em público durante anos e anos. Após os anos 60, com a alteração das mentalidades, La ville... seria então representada em várias cidades e sempre com um êxito enorme, posteriormente seria também adaptada ao cinema. Montherlant, depois de um acidente que quase o cegou, acabaria por se suicidar em 21 de setembro de 1974.
     Seguem-se dois excertos da peça La ville dont le prince est un enfant!  
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