terça-feira, 9 de junho de 2015





  " Borboletas de noite "


Rasgou-se a solidão e o
meu conforto:
nesta mesa, sou musa
de mim mesma


Ao desejar
sombrias borboletas,
marquei o meu
destino


Brecha a partir
de sempre,
mais funda e persistente
que faca de cozinha


ou espada


Frincha de frio,
porta nem de ninguém:


fechada


  Amaral, Ana Luísa. E todavia. Lisboa, Assírio & Alvim, 2015, p 58.
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