terça-feira, 16 de setembro de 2014





   "  À singela botânica dos sonhos  "




e não há nada, queridos,
tão complicado tão doce
quanto reavivar um amor
o mesmo que abrir o sol
na tarde velha e chuvosa
quando a dificuldade vem
a ser um vento em passo
falso n' água erguer seco
o corpo, o olho se pondo
a te Bachelard no original
ostentando nova cicatriz
tecendo o novo epitáfio
ao som do sangue solar
no livro feito de hibisco
uma íris talhada no lodo


e não há nada, queridos,
tão nobre quanto mitificar a tempestade




   Chioda, Leonardo. Tempestardes. São Paulo: Editora Patuá, 2013, p 32.
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