domingo, 7 de setembro de 2014





Quem já esperou um trem um avião
Quem já dançou
Cantando os hinos do afeto
                       Nesta manhã reli todas as cartas
Eram precárias futilidades
Severo das convicções mais comoventes
Ressaltei apenas o espectro do mundo
Tenho bolsos somente para contar as moedas
Do trem que partiu indefinidamente
Do lance que perdi
                Envelheço sem idade até que todos passem
Como um risco em meu rosto
A espera em sua cicatriz nenhuma
Apelo do desejo em seu sopro
De ruas perdidas e desejadas
Pudera o sono ser maior que a carne
                             Do que esta insônia às três da tarde


A beleza é de quem a despreza




   Bueno, Danilo. Uma Confissão Na Boca Da Noite. São Paulo: Editora Córrego, 2013.
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